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sexta-feira, 5 de março de 2010

O poeta; a língua; a transgressão...

Os poetas conseguem mágicas com a língua, porque eles simplesmente conseguem trabalhar com a transgressão, e fazer disso 'o belo'.  Conseguem exergar nas regras/regularidades linguísticas possibilidades de criação de sentido, observe:

Subi a porta e fechei a escada.
Tirei minhas orações e recitei meus sapatos.
Desliguei a cama e deitei-me na luz

Tudo porque
Ele me deu um beijo de boa noite...
(Autor anômimo, apud ANTUNES, 2005)


Uau. Papel temático, papel semântico, coerência... tantas coisas... simplesmente mágico!

Se fôssemos falar de coerência, veríamos que sem a segunda estrofe não haveria. A primeira é o caos e a segunda a explicação do caos. A segunda estrofe não desconstrói o caos, mas o justifica. 

Papéis temáticos também podem ser tema interessante de discussão sobre esse texto, pode. Observe que é justamente a violação de traços semânticos, relacionados com a atribuição de papel temático que cria a magia do poema! Uau de novo! Para ser mais claro... o verbo 'subir' toma com o complemento algo 'subível', 'recitar' algo recitável (i.e. poemas, versos, textos etc), 'sapato' em sentido literal não o é. Mas isso não importa, o que importa é a incoerência e como esta se torna coerente!


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ANTUNES, Irandé. Lutar com palavras: coesão e coerência. Parábola, 2005.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Cenas dos próximos capítulos

Salut!
Há algum tempo me pergunto:
  • Qual a diferença entre sintagma e constituinte? 
  • Qual a diferença entre uma Gramática Sintagmática e uma Gramática de Constituinte?
A dúvida pode ser muito simples para meus colegas de área; no entanto, algumas vezes já fiz essa pergunta, mas não cheguei a uma resposta que satisfizesse minha curiosidade. Para falar a verdade, achei,  várias vezes, que tinha resolvido esta dúvida; engano meu!

O que tenho notado nos texto atuais em linguística é que os autores usam-nos mais ou menos como sinônimos e sinônimos. Alguns mais antigos, não!

Nos próximos posts vou formular uma resposta. Talvez incompleta, no que meus caros colegas podem ajudar.

Abraços, té lá!

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